Tem coisa mais gostosa que chuva no sertão? Vento aconchegante jogando os primeiros pingos contra o rosto, pés na terra grossa, pedrinhas molhadas que machucam e acariciam...
O verde de cada árvore se destaca, aceso pela água que desliza. Cheiros exaltados; cheiro de mato, de chão molhado, de flor. Cada detalhe expandido, latente; minha sensibilidade aguçada, aquela preguicinha que vem com a chuva. E a possibilidade que só existe no sertão de sentar em cadeira de balanço no alpendre e balançar, balançar, balançar; se concentrando no cenário tão simples e belo. Os pingos, as gotas, as goteiras... Gotículas que o vento traz e refrescam o rosto com delicadeza de borrifador.
Quando curto a chuva, me sinto em casa. Saio de dentro de mim pra espiar e volto de novo, fecho os olhos e me analiso com calma. Com aquela certeza de que todas as coisas estão nos seus devidos lugares; prateleiras internas arrumadas. Contentamento tranquilo, sensação de completude.
Se não fizessem tanto escarcéu com a palavrinha ‘felicidade’, eu diria que nesses momentos comigo é que consigo ser plenamente feliz.
Quanta delicadeza nesse sentir...
ResponderExcluirSenti cheiro de chuva em suas palavras!
:)
Nada como esse aconchego. É um estar em casa, um sentir-se em casa.
ResponderExcluirP.S.: Sayo, o endereço do meu blog mudou. É necessário fazer as alterações no meu link por aqui.
Beijo, querida.